O aquecimento do mercado interno como um todo traz à tona a vulnerabilidade da infraestrutura logística do País, com problemas históricos nos portos e aeroportos saturados e ineficientes. Há também desajustes na cadeia de suprimentos que afetam o setor de transporte, como a falta de pneus que impede fabricantes de reboques e semirreboques de entregar seus equipamentos aos clientes.
As notícias dessa área registram que a escassez de pneus para veículos comerciais é consequência da desativação de linhas de produção durante o período crítico do tsunami financeiro detonado no final de 2008. Com a forte retomada, a demanda de pneus ficou maior do que a capacidade de reação dos fabricantes.
A Anfir, associação que reúne os fabricantes de implementos rodoviários, denunciou a dificuldade da indústria de pneus em atender o segmento, enquanto o preço do produto teria avançado 16% em média. Para o presidente da entidade, Rafael Campos, é hora de o governo adotar medidas para regularizar a situação, cujo efeito mais recente é o atraso na entrega dos equipamentos aos clientes, com pátios repletos. A situação foi confirmada por Norberto Fabris, da Randon Implementos e Veículos.
Defesa da ANIP
A ANIP - Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos defende os associados, informando que o fornecimento de pneus de carga para montadoras cresceu cerca de 60% de janeiro a maio de 2010 em relação ao mesmo período de 2009, avançando de 543.727 para 860.601 unidades.
A entidade admite que a queda de vendas por conta da crise levou à desativação de linhas, que estão sendo reativadas. Em nota, a ANIP registra que o setor já contratou este ano mais 1.600 pessoas e continua investindo pesadamente. Ela conclui, assim, que do ponto de vista de produção não há nada que sinalize falta de pneus no setor como um todo.
Se há questões pontuais – diz o comunicado -- elas estão sendo atendidas com o crescente aumento dos volumes produzidos e podem ser causadas por três motivos. Pode haver falha ocasional de planejamento das montadoras; falta pontual em alguma linha específica de montagem regional, sem que isso signifique uma falta generalizada; e podem existir compradores de pneus importados da China que, após a instituição da taxa antidumping, voltaram a comprar no mercado interno sem que houvesse da parte deles um planejamento para isso.
“Não está proibido comprar pneus da China, basta pagar a taxa. Não queremos reserva de mercado, apenas concorrência leal” – conclui Eugênio Deliberato, presidente da ANIP.
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