
Esquema foi descoberto pela Polícia Civil; sete carros foram apreendidos.
Investigação aponta cerca de 5 mil carros nas mesmas condições no país.
Carros eram roubados no Paraguai e trazidos para o Brasil, onde podiam circular livremente.
Carros de luxo avaliados em até R$ 120 mil eram vendidos no Brasil por valores entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. A “promoção”era resultado da ação de uma quadrilha que resolveu inovar e em vez de roubar os veículos no Brasil e levá-los para o Paraguai fazia exatamente o contrário. De acordo com as investigações do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), da Polícia Civil de São Paulo, há cerca de 5 mil carros circulando no país nessas condições.
Sete carros já foram apreendidos e permanecem na sede do Deic, na Zona Norte de São Paulo, onde foram apresentados na tarde desta segunda-feira (10). Segundo o delegado Adalberto Henrique Barbosa, do Deic, os proprietários vivem na região de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e na capital. Eles devem responder por receptação e uso de documentos falsos - crimes que podem resultar em dez anos de prisão.
Os carros circulavam pelo país com placas do Paraguai e não podiam ser responsabilizados por qualquer tipo de infração de trânsito no Brasil. Junto com o carro, a quadrilha fornecia aos compradores documentação falsa como registros de imóveis e habilitações do país vizinho. "Estávamos investigando uma quadrilha de roubo de carros e para nossa surpresa descobrimos um esquema com ramificações internacionais que leva os carros no sentido contrário”, afirma o delegado.
Normalmente, carros roubados no Brasil são levados ao Paraguai onde são trocados por armas ou drogas, afirma o delegado. O esquema começou a ser investigado em janeiro, e a polícia descobriu que duas revendedoras de carros eram usadas para trazer os carros para o país, uma no Paraguai e outra em Foz do Iguaçu, no estado do Paraná.
De acordo com Barbosa, os integrantes brasileiros da quadrilha estão foragidos, provavelmente no próprio Paraguai. O delegado revela que um dos carros apreendidos circulava no país havia cerca de três anos. Nesse período, o comprador pôde circular sem pagar qualquer tipo de taxa ou imposto e sem poder ser multado.
As investigações serão agora encaminhadas para a Polícia Federal por se tratar de um crime que era cometido em vários estados do país. “Acredito que esses carros estejam circulando em estados como Minas Gerais, Paraná, Distrito Federal e Rio de Janeiro, além de São Paulo”, diz o delegado, que faz um alerta para que as pessoas denunciem carros suspeitos com placa do Paraguai.
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