Vendo 2010 - 3.700 Km

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vem aí os carros para X, Y, M, Z









Como as novas gerações vão influenciar o mercado de veículos .

As novas gerações de consumo - X, Y, M e Z - não seguem, necessariamente, uma ordem linear, nem no alfabeto, nem no pensamento. Por isso, a dica de especialistas em comportamento aos marketeiros e consumidores pós-trintões, ou seja, que pertencem à geração Baby Boomers e geração X, costuma ser: tenham filhos ou se esforcem para observar (entender são outros quinhentos) as peculiaridades daqueles que têm uma relação umbilical com a virtualidade. Os próximos veículos vão ser cada vez mais pensados para eles.

Segundo pesquisa realizada por uma consultoria americana especializada no segmento automobilístico, em dez anos a geração Y e suas irmãs caçulas, Z (zapiadores) e M (multiculturais) representarão 40% dos consumidores de veículos. Elas têm em comum o cenário histórico e sutis diferenças no hábito de consumo. Nasceram após 1978, berço da era da informação, da internet democrática, do mercado difuso e do terrorismo. Dão mais crédito às opiniões em redes sociais do que à propaganda ou reportagem. Têm interesse em novas marcas – especialmente nas chinesas e nas indianas – do que nas tradicionais, mas não são fiéis a elas. Estão dispostos a pagar mais por tecnologias e motorizações alternativas, como a dos carros elétricos e híbridos.

Carros para X, Y, Z

Ao sair de casa para soltar pipa – ou papagaio, como queiram – nos céus dos anos 1980, a geração X sabia dos riscos: 1. voltar para casa com o pipa, 2. voltar com dois ou mais pipas – o dele e o que ele “cortou”, 3. voltar de mãos abanando, cortado por um adversário aéreo. Neste último caso, a alternativa era administrar a frustração da perda. “As gerações seguintes, entretanto, são conhecidas como game over, se perdem no jogo – eletrônico, naturalmente – recomeçam infinitamente. A falta de vivência e elaboração da perda influenciará profundamente a maneira como elas comprarão um carro”, diz o consultor de marketing Eder Polizei, coordenador do curso de pós-graduação da Universidade Metodista, em São Paulo.

São as gerações da personalização e da descartabilidade. “O carro deve quebrar barreiras, permitir conexão com o mundo – elas têm ligação umbilical com a virtualidade – e possibilidades de personalização; quanto mais diferente, melhor. O que não significa que esse consumidor desenvolverá qualquer tipo de apego ao modelo. Ele não é fiel. Pode mudar para um novo independente de a troca representar uma perda financeira. Importa o diferente, o inovador”, explica o professor.

Apego e fidelidade à marca, segundo o consultor, são coisas do passado, leia-se: geração X, herdadas, por sua vez, de seus antecessores, os Baby Boomers. Deles costuma-se ouvir a nostálgica frase: “não se faz mais carros como antigamente”. Nascidos entre 1946 e 1964, eles foram educados pela TV, viveram o pós-2ª Guerra, a industrialização e o Regime Militar. Adeptos de famílias grandes, deram um duro danado para alimentar todas as bocas de uma família grande. Por isso, gostam de usar o carro como símbolo de status, como prova de que lutaram muito, mas chegaram lá.

A evolução desse comportamento estacionou na geração X, testemunhas da Guerra Fria, da mídia de massa, mais educação e famílias menores. São considerados alienados e consumidores de todo tipo de eletrônicos e familiarizados com a mídia.

Segundo Polizei, X, Y, Z podem até comprar o mesmo modelo de veículo, mas os motivos serão muito diferentes. “Um representante da geração X, considerada a mais individualista da sopa de letrinhas, pode se interessar por um Smart simplesmente porque ele não permite levar mais de duas pessoas ao mesmo tempo; ao passo que um membro da geração Y, M ou Z se interessaria pelo design diferenciado e pela economia de espaço do carro”.

Sustentável leveza do ser

Embora os mais jovens consumidores no planeta não estejam nem aí com pedigree das fabricantes, seria um erro entender esse desapego por descuido. De acordo com as pesquisas, gerações Y, Z, M mostraram-se preocupadas com a durabilidade do veículo e com o custo e facilidade de manutenção. E querem:

- tecnologia a favor da economia de combustível e do meio ambiente.
- carros pequenos, desde que com design muito original.
- carros grandes, desde que com boa economia de combustível, muita tecnologia e baixo custo.
- o modelo mais inovador e com tecnologia de ponta disponível.
- ter no carro o que encontram no computador.
- comprar um carro pela internet.

Corresponder a tudo isso será uma difícil missão às fabricantes? Nem tanto. Para o consultor, esse é o cenário do futuro sobre rodas. As empresas que estiveram abertas à mudança, chegaram lá mais rápido. “As novas gerações dizem claramente o que pensam e o que querem, basta navegar pelas redes sociais e ter um pouco de coragem para ousar”, diz.

As dicas estão todas lá, escancaradas no Twitter, Facebook, Orkut, Youtube, fóruns e blogs. “A propaganda do novo Ford Focus é um exemplo da tentativa de reproduzir esse ambiente. Dezenas de vozes opinam sobre o carro. O que os usuários de determinado modelo estão falando dele por aí, por quê? É o que essas gerações querem saber antes de fazer a próxima compra”, alerta Polizei.

Caso isolado de sucesso de propaganda para esse público foi alcançado pela Volkswagen nos Estados Unidos. O vídeo ( veja aqui), e considerado confuso por internautas mais velhos, recebeu o maior número de visitas da categoria. Embora a VW não venda diretamente para os adolescentes, modelos como Golf e Passat estão, segundo o estudo, entre os favoritos dessas gerações.

Futuro menos preto e prata

Se as pesquisas estiverem certas, a ausência de preocupação por parte das novas gerações com o valor do carro na hora da revenda pode por fim ao preto, ao prata e à simetria da maioria dos modelos que transformam ruas e avenidas em uma sisuda paisagem nublada.

O Novo Fiat Uno avançou positivamente nesse caminho. Com diversas opções de cores – entre elas, duas de caneta marca texto – e assimétricos orifícios que simulam a grade do radiador (representantes da geração X podem se sentir tentados a passar uns quadradinhos para o outro lado), o carro chega com a proposta de revolucionar o mercado. Terá o sucesso que promete? Para se ter uma ideia, ainda que vaga, basta dar uma zapiada por aí e ler o que andam falando dele:

FahNovaes@WebMotors gostei das novidades na cara do novo Uno. E o desempenho? 11:08 AM May 5th via web

ErickPratesRT: @WebMotors Novo Fiat Uno obtém nota acima de média em avaliação - MAAAAAANOO ... que dó de quem compra um #UNO hau

priscilavero Nunca pensei q fosse dizer isso: Eu quero um! rsrsrsrs RT.

Também o Kia Soul é um ensaio de proposta a essas gerações. Segundo a assessoria da fabricante, embora a empresa não mire uma geração específica, está sim de olho nas necessidades e estilos de vida dos mais jovens. “Em 2006, a Kia começou a planejar o desenvolvimento de seus veículos com essa demografia em mente. Isso não quer dizer que nossos carros seriam voltados somente para aqueles que eram jovens, mas sim para aqueles que eram jovens de espírito, com um estilo de vida ativo, que viam seus veículos como uma extensão do seu lado ‘divertido’”. Como argumento, o Soul tem uma ampla gama de acessórios, cores vivas e características de customização.

GPS: localize-se na sopa de letrinhas

Baby Boomers
Período: 1946 a 1964
Fatos: educados pela televisão, testemunharam o pós-2ª Guerra, a industrialização, Juscelino Kubitschek e o Regime Militar.
Características: adeptos de famílias grandes, são hedonistas e bastante consumistas. Preferem se voltar para valores e causas.

Geração X
Período: 1965 a 1977.
Fatos: testemunharam a Guerra Fria e a mídia de massa. Tiveram famílias menores, filhos mais tardes e mais acesso à educação.
Características: são mais alienados, individualistas e familiarizados com a mídia. Consumidores ávidos de objetos eletrônicos.

Geração Y
Período: 1978 a 1994.
Fatos: Nasceram na era da informação, da democracia, da internet e do terrorismo. Encontraram um mercado difuso e uma sociedade mais rica.
Características: são ligados umbilicalmente à internet. Formam tribos, têm estilo urbano, são mais idealistas e impacientes.

Geração Z ou M
Período: 1995 em diante.
Fatos: mesmos da geração Y.
Características: vivem imersos na tecnologia, são multiculturais, conectados a todas as manifestações da rede, e maior poder aquisitivo.

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