
O carro com combustível alternativo apresentado pela GM no Challege Bibendum é um flex. Quer dizer, nenhuma novidade para os brasileiros. Mas os estrangeiros - grande parte dos cinco mil convidados - gostaram de ver o motor bicombustível.
A novidade da GM foi o motor à célula a combustível, que equipa o Chevrolet Full Cel, semelhante ao Captiva, nos Estados Unidos. O carro - que roda em testes em posse de 100 famílias em Nova York, Washington e Los Angeles - não veio ao Brasil; veio apenas o motor e o responsável pelo seu controle, o brasileiro Carlos França, que trabalha há 30 anos na matriz da empresa em Detroit. É ele quem explica como funciona o sistema de célula a combustível:
O motor recebe ar e hidrogênio, que se misturam, passam por membranas (como catalisadores) que separam as moléculas elétricas das moléculas de H2O. A água é descartada, enquanto a energia vai direto para o motor elétrico. O hidrogênio é obtido de várias fontes a um custo irrisório: da água, do gás natural e principalmente, da água salgada.
O motor tem 95 KWs de potência, que equivale a 136 cavalos. A autonomia do Chevrolet Full Cel é de 300 quilômetros. As 100 unidades já rodaram, no conjunto, mais de dois milhões de quilômetros.
O motor nem mesmo está sendo produzido em escala comercial e a empresa já desenvolveu a segunda geração, diminuiu os controles, diminuiu o tamanho total do motor, as membranas são 20% mais eficientes, além de outras melhorias.
Há mais de duas décadas ouço falar do motor de célula de combustível, carros em testes, ônibus rodando em linha há muito anos em várias cidades do mundo, inclusive em São Paulo, mas sempre que entro em contato com a tecnologia, tenho a impressão de que a célula de combustível não será uma opção comercialmente viável. Está sempre em testes, em experimentação. Por que essa tecnologia ainda não ganhou efetivamente as ruas?
Carlos França coloca o problema na distribuição do combustível. É preciso ter postos de fornecimento de hidrogênio e o governo teria que participar dessa implantação, desse esforço para que o sistema aconteça.
Mas é otimista, e lembra que, durante todos esses anos, a célula de combustível está se aperfeiçoando e que os testes feitos com os 100 carros que rodam nos EUA, mostram que tecnicamente a tecnologia está aprovada. Ele prevê mais cinco anos de experiência, acha que em 2015 a célula a combustível será um sistema viável.
E o preço? Não será tão caro, prevê Carlos França: 20% a mais do que o carro a combustão atual, o mesmo preço de um carro híbrido.
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